Os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) são cada vez mais relevantes num mundo globalizado, dinâmico e competitivo.
*Marco Barcelos
Os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) são cada vez mais relevantes num mundo globalizado, dinâmico e competitivo. O tema virou moda e a palavra inovação tem sido usada para agregar valor a produtos e serviços, mas ainda há desconhecimento sobre o assunto.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE), as 20 maiores economias do mundo concentram mais de 90% dos gastos em P&D, mas há contrastes evidentes nas porcentagens desses investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países: Coreia do Sul (4,2%), Japão (3,2%) Alemanha (3%), Estados Unidos (2,8%), China (2,1%) e Brasil (1,3%).
O Brasil é a 9ª maior economia global e está entre os dez países com mais gastos absolutos em P&D, mas figura em 66º lugar no Índice Global de Inovação 2019, duas posições abaixo do ranking de 2018. O índice explica as dificuldades para o País crescer e evidencia que os recursos não têm surtido o resultado desejado.
Além da verba pública, o capital privado também é determinante em países desenvolvidos. No Japão, cerca de 80% dos recursos investidos em P&D são privados, enquanto nos Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul a taxa é superior a 70%. O Brasil conta com cerca de 50%.
As dez empresas globais com maiores investimentos em P&D em 2018 apresentam receitas expressivas, elevado valor de mercado (três delas atingiram US$ 1 trilhão) e marcas valiosas (quatro delas dentre as “top 10”).
Ao contrário das empresas da bolha “ponto.com” da década de 90, o ganho atual é real e se traduz em aumento de vendas, participação de mercado, acesso a novos mercados e traz vantagem competitiva relevante a essas empresas.
O compromisso da alta liderança é vital para a inovação, engajando a organização no mesmo objetivo e capturando novas ideias. Soma-se a isso o direcionamento estratégico de questões como: motivações para inovar, alinhamento à estratégia organizacional, priorização dos tipos de inovação e uniformização e disseminação sobre os conceitos de inovação.
Tais questões dependem da definição de uma metodologia de gestão da inovação, com processos de mapeamento, diagnóstico, planejamento, execução e avaliação de resultados estruturados e alinhados à estratégia corporativa.
Nas organizações, transformar a cultura da inovação é um processo complexo, leva tempo para amadurecer e precisa ser bem estruturado de forma a gerar uma mentalidade inovadora em toda a organização. Produtos podem ser copiados, a cultura de inovação não!
Inovar é mandatório para empresas que pretendem ser competitivas. Iniciativas inovadoras impactam diretamente nos avanços econômicos e sociais. Países que direcionam esforços nesse sentido tendem a obter resultados significativos.
É fundamental para o Brasil perceber isso e direcionar recursos para a Ciência, Tecnologia e Inovação visando contribuir para o desenvolvimento econômico e manter sua competitividade no contexto global.
*Por Marco Barcelos, sócio-diretor de Consultoria em Negócios da KPMG no Brasil
Fonte: IT Forum 365
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