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A 7ª Reunião Ministerial sobre CT&I dos BRICS – bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi realizada nesta sexta-feira (20) na região de Campinas (SP). O Brasil exerce a presidência do bloco em 2019, assim, o encontro foi conduzido pelo titular do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes.
Na pauta da reunião de ministros, foram debatidas atualizações nas prioridades e políticas em ciência, tecnologia e inovação dos países, uma revisão do Plano de Ação 2018-2019 e da terceira chamada conjunta de pesquisas, além da criação da Rede de Inovação dos BRICs (iBRICS). Ao final do encontro foi apresentada a declaração conjunta e o Plano de Ação para 2019-2022.
“Estou muito satisfeito com o resultado do encontro e tenho certeza que esse é o ponto de partida para muito mais atividades entre os 5 países,” disse o ministro Pontes. “Ciência e tecnologia é uma das melhores ferramentas que nós temos para aproximar os países; vemos aqui que temos dificuldades, necessidades e desejos semelhantes e essa cooperação é muito promissora.”
Um dos destaques da agenda de encontros foi a criação de uma nova rede de inovação para parques tecnológicos, chamada iBRICS. A rede servirá como mecanismo para diálogo direto entre os participantes dos ambientes de inovação do bloco, promovendo apoio mútuo, projetos conjuntos e compartilhamento de melhores práticas.
Incluídos no plano de implementação do iBRICS estão dispositivos de capacitação, cooperação entre parques tecnológicos, incubadoras e aceleradoras, facilitação de entrada de empresas de alta tecnologia em países do bloco, e outras iniciativas para fortalecer o sistema de inovação do BRICS.
A nova arquitetura de CT&I do BRICS também é um dos principais resultados da reunião. “Já temos equipes trabalhando em conjunto e precisamos agora desenvolver um sistema de coordenação para que essa cooperação seja cada vez mais eficiente, com otimização de recursos,” ressaltou o ministro do MCTIC.
À frente de suas respectivas delegações, participaram da reunião de alto nível o ministro substituto da Rússia, Grigory Trubnikov, o ministro da Índia, Harsh Vardan, o primeiro vice-ministro da China, Huang Wei, e o ministro substituto da África do Sul, KB Manamela
SIRIUS
Na chegada das delegações ministeriais, nesta quinta-feira (19), o ministro Pontes deu as boas vindas aos seus correspondentes em uma visita técnica à maior infraestrutura de pesquisa do Brasil, o laboratório de luz síncrotron de quarta geração, Sirius. Os ministros puderam conhecer detalhes da máquina e visitar uma das primeiras linhas de luz do projeto, que está em fase final de testes.
“Tenho certeza que esta estrutura terá uma conexão com outras no mundo, com diferentes ideias, línguas, culturas”, disse o ministro na cerimônia de recepção, realizada no hall experimental do maior acelerador de partículas brasileiro. “Teremos jovens estudantes que virão aqui pensando no futuro, de todas as partes do mundo, e juntos eles poderão trabalhar para o bem do planeta.”
Ainda na agenda de quinta-feira, foi concluída a 9ª Reunião de Altos Funcionários de Ciência, Tecnologia e Inovação do BRICS que, entre outras atividades, debateram a criação de um mecanismo permanente de gerenciamento e coordenação das atividades de C,T&I do bloco, avaliaram o Plano de Trabalho do BRICS em C,T&I 2019-2022, os resultados da terceira chamada conjunta e trataram de assunto relacionados ao iBRICS.
O ministro Marcos Pontes teve ainda dois encontros bilaterais com as delegações da Rússia e da Índia, onde discutiu novas possibilidades de cooperação entre os países. “Os dois países possuem atividades interessantes na área espacial, inclusive conheço de perto o programa espacial russo,” lembrou o ministro astronauta, em referência ao seu vôo no veículo russo Soyuz na Missão Centenário. “Além disso, discutimos temas em supercomputação, inteligência artificial, big data, biotecnologia e muitos outros assuntos de interesse mútuo.”
BRICS
O BRICS é o agrupamento formado por cinco grandes países emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Juntos, os BRICS representam 26,46% da área terrestre mundial, 42,58% da população mundial, 13,24% do poder de voto do Banco Mundial e 14,91% das quotas da FMI. Segundo as estimativas do FMI, os cinco países geraram 22,53% do PIB mundial em 2015 e contribuíram com mais de 50% do crescimento econômico mundial nos últimos 10 anos. No campo científico e tecnológico, os BRICS contribuem com 17% do investimento global em P&D e com 27% dos artigos científicos publicados nos periódicos internacionais.
Além dos encontros presidenciais (cúpula e encontro informal à margem do G20), o BRICS organiza, por meio de sua presidência rotativa, cerca de 100 reuniões anuais, são realizadas 15 reuniões em nível ministerial nas áreas de Relações Exteriores, Finanças, Saúde, Comércio, Agricultura, Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outros, e dezenas de encontros de altos funcionários, eventos técnicos, bem como reuniões nas áreas de cultura, educação e esporte.
Ao longo de 2019, o Brasil exercerá a presidência de turno do BRICS. A ênfase da presidência brasileira será na promoção de ciência, tecnologia e inovação; da economia digital; do aumento dos contatos entre o setor produtivo e o NDB; e no reforço da cooperação no combate a crimes transnacionais. Além disso, estão programados dezenas de eventos acadêmicos, esportivos, culturais e artísticos ao longo de todo o ano.
Fonte: Investe São Paulo
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