Pesquisadores de inteligência artificial utilizaram o aprendizado de máquina para que uma mão robótica desenvolvesse, sem nenhuma ajuda humana, a habilidade de manipular um cubo com destreza. A máquina conseguiu chegar ao objetivo, levando o equivalente a 100 anos em uma simulação de computador, ou poucos dias no tempo real.
Apesar de não ser tão ágil quanto uma mão humana, até um pouco desajeitada, a mão robótica prova que o aprendizado de máquina pode desbloquear habilidades robotizadas. O estudo também mostra que as máquinas podem sim aprender novas habilidades, mesmo que demore mais tempo para que sejam úteis para trabalhos manuais.
Batizado de Dactyl, o sistema robótico foi desenvolvidos por pesquisadores da organização sem fins lucrativos OpenAI, com sede no Vale do Silício. Ele foi criado a partir de uma mão robótica da empresa britânica Shadow, além de uma câmera comum e um algoritmo de auto-aprendizagem usado no jogo DotA, que utiliza uma técnica de aprendizado de máquina chamado de aprendizado de reforço.
Recebendo a tarefa de manusear o cubo até que um lado diferente ficasse na parte de cima, Dactyl descobriu sozinho, em meio a erros e muitas tentativas, quais movimentos deveriam ser feitos para obter o resultado desejado. Em 50 tentativas após a aprendizagem, a mão robótica conseguiu concluir os gestos com sucesso apenas 13 vezes, o que parece pouco, porém mais vezes que uma criança humana poderia fazer.
Assista ao vídeo da manipulação do cubo pelo robô:
Um dos engenheiros por trás do projeto, Alex Ray, conta que o robô pode ser melhorado com mais poder de processamento e sendo apresentado à mais aleatoriedade. Não há o objetivo, ao menos por enquanto, de comercializar a tecnologia.
Dmitry berenson, que trabalha com robótica na Universidade de Michigan, conta que foi difícil fazer isso bem e que há muito esforço humano envolvido na criação de uma rede correta para uma tarefa específica. "Se conseguirmos cruzar com segurança a coluna da realidade, o aprendizado se torna exponencialmente mais fácil", finaliza o cientista.
Fonte: Canaltech
Por Natalie Rosa
MIT Technology Review
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