O que podemos aprender com o modelo de incubação de empresas indiano
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O que podemos aprender com o modelo de incubação de empresas indiano


* Por Daniel Leipnitz


Dentro desta nossa série de artigos sobre o ecossistema indiano de inovação e o quanto ele pode nos inspirar, já foi possível identificar muitas possibilidades. No artigo de hoje, o objetivo é compartilhar um pouco com vocês sobre um modelo extremamente eficiente e inovador com que tive contato em minha viagem à Índia no fim de janeiro deste ano, que é o modelo de incubação de empresas de base tecnológica adotado no país, e como isso movimenta todo um mindset em seu entorno.


Um país que tem como visão desenvolver entre cinco e dez incubadoras de classe mundial por estado, nos próximos cinco anos, demonstra carregar a inovação em seu DNA e estar disposto a lutar por esta causa.


A forma como o ecossistema indiano de inovação se estrutura me chamou muito a atenção especialmente pelo contato que tive com a organização Atal Innovation Mission (AIM). O trabalho deles está relacionado ao gerenciamento de uma série de ações e iniciativas voltadas a fomentar a inovação, desde a oferta de uma infraestrutura com espaços compartilhados para aprendizado e trabalho, passando por programas de treinamentos e capacitação em estratégias de negócio, até a criação e manutenção de uma grande rede de conexão entre empreendedores, com mais de 5 mil mentores cadastrados.


Hoje, a Atal conta com 101 incubadoras e mais de 500 startups conectadas, das mais diversas áreas de desenvolvimento de negócios. Os projetos incubados são das áreas de tecnologia para manufatura, turismo, educação, health care, fintechs e têxteis. Nos setores financeiro e têxtil, os principais desafios das startups incubadas pela estrutura da Atal, têm como objetivo levar maior eficiência para as vilas rurais, onde vive hoje 80% da população da Índia, com soluções para seguros rurais e de plantações.


As startups desenvolvem também soluções voltadas a eletrônicos, robótica e IoT, contando com o apoio de impressoras 3D disponíveis para uso nos ambientes de inovação e coworking da Atal. Além disso, preocupados em modificar a realidade atual do país, existem incubadoras da organização focadas somente em mulheres, com o objetivo de desenvolver a liderança feminina e fazer com que haja cada vez mais startups fundadas por mulheres. Como estamos próximos ao Dia Internacional da Mulher, fica o registro e a inspiração para que o nosso ecossistema também possa pensar em ações como esta.


Acredito que temos muitos motivos para nos espelhar na Índia no que tange ao fomento à inovação. No ecossistema de Santa Catarina, nós já demos um grande passo nesta direção há dois anos, com a criação de uma Rede de Centros de Inovação pioneira no país, que hoje conta com quatro unidades. A Rede é apoiada pela Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), capital do estado, e já desenvolvemos uma série de projetos também junto ao Governo de Santa Catarina, como a sua participação no LinkLab, programa de inovação aberta da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), primeiro Governo Estadual a integrar uma iniciativa como esta no Brasil.


Com toda esta estrutura que apresentei neste artigo, aliada a um programa de fundos públicos de financiamento e de capital de risco de early stage por meio de investidores-anjo e de Venture Capital; a uma população super inteligente; e ao seu potencial de mercado, posso dizer que a Índia está preparada e muito apta a dar um grande salto e se tornar a próxima China, em termos de potência mundial.


* Daniel Leipnitz é presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e vice-presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).


Fonte e créditos de imagem: Startupi

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