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A convergência entre o varejo 4.0, Internet 5G e a sociedade 5.0

O conceito de sociedade 5.0, por definição, é um modelo de organização social desenvolvido pelo governo do japonês que utiliza a tecnologia para o bem-estar da população e suas principais necessidades. O conceito está centrado no ser humano e parte de valores fundamentais como sustentabilidade, qualidade de vida e inclusão.


Várias das tecnologias utilizadas no modelo de sociedade 5.0 já foram desenvolvidas, estão em uso ou estão em estágios avançados de desenvolvimento. E, a partir do momento em que os consumidores passam a ter acesso a essas tecnologias e a meios digitais, eles irão demandar ainda mais do mercado e da sociedade como um todo.


Até julho deste ano, 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal deverão estar conectadas ao 5G. É o que prevê o cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com isso, o varejo poderá se conectar em altíssima velocidade a programas de inteligência artificial, realidade aumentada e até mesmo ao tão falado Metaverso, atraindo consumidores ávidos por novas experiências de consumo. Conforme levantamento da Nokia e Omdia, somente o varejo deve faturar R$ 88 bilhões até 2035 com a tecnologia 5G.


O 5G tem potencial para deixar as lojas físicas muito mais atraentes e gostosas de visitar. Justamente por isso, a Amazon — marketplace que nasceu digital — agora aposta em lojas físicas repletas de novas tecnologias. As chamadas Amazon Go são lojas de conveniência 100% automatizadas, que conquistaram status de referência de comodidade para o consumidor.


Aqui no Brasil, grandes redes do varejo, como a C&A, estão avaliando novas maneiras de potencializar as vendas por meio do 5G. O objetivo é deixar as lojas mais inteligentes, otimizar processos e aumentar a comodidade do cliente. Para os supermercados e demais lojas físicas, o 5G também abre uma gama de novas oportunidades, como controles inteligentes e automatizados dos estoques, ferramentas para controle de consumo de luz e robôs que facilitam a administração dos negócios aos varejistas.


O Varejo 4.0 é a nova onda desse segmento, conciliando as tendências da internet com o mundo real, aprimorando a experiência de compra e o relacionamento com o cliente. O cliente é o foco do varejista, e entender os hábitos de consumo de forma personalizada será essencial para suas estratégias de venda. As pessoas, num contexto geral, estão hiperconectadas, e o mercado varejista precisa estar preparado para a presença digital.


A tecnologia e o mundo real se misturam para criar vínculos emocionais e sociais com os clientes. O meio digital é usado como canal de auxílio na compra, e a loja física aprimora a experiência. Esse novo modelo veio para mudar a proposta de valor do seu negócio e estabelecer um diferencial competitivo no mercado, utilizando as tecnologias para agilizar a coleta de informações do seu público.


O varejo digital é formado por muito mais do que uma loja virtual. Ele transcende pelas redes sociais, a canais de venda, como os marketplaces, experiência omnichannel, ou seja, tem presença em diversos canais e formatos para o consumidor escolher onde, quando e como quer comprar. O objetivo é criar um único espaço de consumo, valendo-se mais uma vez de tecnologia através de venda. O diferencial do varejo online é, além da possibilidade de crescer e se expandir globalmente, a construção contínua de marca e experiência de compra.


Se estamos falando de como a tecnologia 5G transformará as lojas físicas e o varejo em breve, não podemos deixar de lado o uso do metaverso para potencializar as experiências.


A tecnologia já está sendo utilizada por várias marcas do varejo para atrelar experiências físicas às digitais, como Nike, Gucci, Renner, entre outras.


O varejo 4.0 também se caracteriza pelo apelo sustentável, cuidado com o lixo e onde este é descartado, embalagens sustentáveis, forma de produção dos materiais, tudo isso para criar uma experiência de consumo de acordo com o cliente deste tempo. Por meio do 5G, é possível que o consumidor tenha acesso mais rápido e em tempo real com o que está comprando, conseguindo monitorar a origem dos alimentos, o tempo que levou para serem colhidos, dicas de receitas e até mesmo combinar com os ingredientes que já tem em casa por meio de tecnologias.


Por meio de uma tecnologia de leitura digital, o consumidor consegue mirar a câmera do celular no código de barras e acessar todas as informações de determinado produto. Além das experiências de compra, com o uso da Internet das Coisas, também será um grande aliado para empresas que buscam maior eficiência operacional, reduzindo o consumo de recursos naturais e tornando mais eficaz o controle de desperdícios.


Não se trata de modinha de uma geração nova ou de hábitos presentes apenas durante a pandemia. Essa nova era chegou ao mundo dos negócios para ficar. O varejista precisa sair da negação e do medo do desconhecido para ser um explorador de um mundo em transformação. O maior desafio não é nem entender a tecnologia ou ter acesso a ela, é saber o melhor modelo para seu negócio e, para isso, precisa conhecer seu cliente, aderindo às tecnologias direcionadas ao seu público-alvo.


Por Ana Debiazi: CEO da Leonora Ventures, Corporate Venture Builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups.

Fonte: Startupi

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