Estamos colhendo os frutos do revolucionário processo de transformação digital que as empresas viabilizaram em maior ou menor escala nos últimos anos
Luis Lima
Nos últimos dias, você talvez tenha recebido em seu smartphone imagens com comparações de como eram as manchetes, medidas de prevenção e anúncios de medicamentos durante a gripe espanhola, pandemia que assolou o mundo em 1918.
O planeta evoluiu muito no último século. O progresso não é visível apenas nos avanços ao tratar e prevenir enfermidades, mas também em questões que nós talvez não valorizemos o suficiente. Entre elas, o recebimento de imagens, vídeos e informações por meio da tela de um smartphone.
No combate à Covid-19, países compartilham experiências e dados em tempo real, a Organização Mundial da Saúde responde a perguntas por meio de entrevistas coletivas virtuais, inteligência artificial é empregada na busca por soluções, empresas conseguem manter reuniões de trabalho por meio de videoconferências e a maioria de nós não precisa esperar dias para receber notícias e matar um pouco da saudade de amigos.
No front da batalha, a conectividade é uma importante aliada, com a missão silenciosa de garantir boas condições de trabalho para os verdadeiros heróis da luta contra o avanço da doença: profissionais da saúde que trabalham em longos turnos nos hospitais, pesquisadores que buscam uma cura, inúmeros trabalhadores de serviços essenciais, que não podem parar, e os cidadãos que fazem sua parte, adotando medidas de prevenção.
Enquanto isso, colhemos os frutos do revolucionário processo de transformação digital que as empresas viabilizaram em maior ou menor escala nos últimos anos. É o investimento e o esforço despendido pelas companhias que permitem a adaptação a um cenário sem precedentes como o atual.
De nada adiantaria ter apenas as ferramentas para migrar operações inteiras para o regime de trabalho remoto se antes cada elo da cadeia não tivesse preparado as próprias capacidades e processos internos. Há atores mais e menos avançados nesse processo, mas a preocupação de seguir rumo à digitalização já era comum a todos, muito antes de qualquer sinal do novo coronavírus.
Em um mundo hiperbólico, em que o volume crescente de informação é trocado a uma velocidade cada vez maior, os setores de telecomunicações e tecnologia têm se empenhado para garantir que os serviços funcionem adequadamente. Mesmo com os colaboradores protegidos dentro de seus lares por um bem maior, as empresas e a vida das pessoas não podem simplesmente parar.
É por isso que vemos indústrias adaptando suas linhas de produção para produzir respiradores, supermercados e bancos abrindo em horários alternativos para atender idosos ou operadoras de telecom ampliando a oferta de benefícios para seus consumidores. Em momentos críticos, é natural que nos tornemos imbuídos da responsabilidade de fazer algo diferente para garantir que a vida prossiga. Hoje, para uma parcela significativa dos brasileiros e cidadãos do mundo, é através de um smartphone que se ameniza a saudade de um ente querido. Esse momento passará, e a expectativa de todos é que em breve shows de música ao vivo voltem a ocorrer em espaços físicos e a vida retome sua cadência usual. Até lá, a conectividade permitirá que nos adaptemos a esse caótico ritmo temporário imposto à sociedade e aos mercados, sem aviso prévio. Nenhuma tecnologia no mundo é capaz de substituir o contato humano. Ainda assim, é muito satisfatório poder contar com tantas ferramentas para tornar mais ameno um período difícil, crítico e excepcional como este. O próprio processo de digitalização já não será o mesmo após a aceleração forçada e o destaque repentino que ganhou em nosso cotidiano. Obstáculos à transformação digital ainda existirão, mas teremos superado uma série de barreiras que, meses atrás, eram encaradas como o principal desafio na ordem do dia. *Luis Lima é diretor de Operações e Tecnologia da Algar Telecom
Fonte: IT Forum 365
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