Planos de Ação desenvolvidos pelo MCTI visam ampliar acesso de pequenos e médios produtores rurais às novas tecnologias e desenvolver sistema de produção industrial com automação, digitalização e reprocessamento de materiais
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) propôs, nesta quarta-feira (18), a criação de ‘Redes de tecnologia’ como caminho para acelerar a transição para o uso de tecnologias 4.0 nos setores agrícola e industrial brasileiros. A ideia é difundir a agricultura de precisão, especialmente para pequenos e médios produtores, e fomentar o sistema de produção da indústria 4.0. Os dois Planos de Ação Tecnológica apresentados propõem que essas redes reúnam informações, promovam a capacitação e difundam os conhecimentos necessários para desenvolver conteúdo tecnológico nacional. Também é esperado que os planos sejam alternativas que geram emprego, renda e ampliem a competitividade dos setores.
Os Planos de Ação Tecnológica integram o circuito de webinários “Contribuição de tecnologias de baixo carbono para o desenvolvimento sustentável” que serão realizados até dezembro deste ano. No total, serão detalhadas 12 iniciativas que consideram tecnologias prioritárias para serem desenvolvidas e difundidas no Brasil até 2030.
De acordo com o coordenador técnico dos Planos de Ação, Régis Rathmann, o Brasil já aplica essas tecnologias 4.0. O desafio é ampliar o acesso da agricultura de precisão para pequenos e médios produtores, assim como inserir a automação e a digitalização de produtos e processos em setores industriais que geram produtos de menor valor agregado. “Os Planos de Ação objetivam democratizar o acesso às tecnologias 4.0”, analisa.
Agricultura 4.0 – A agricultura de precisão contempla um conjunto de ferramentas e tecnologias aplicadas que permitem um sistema de gerenciamento agrícola que visa ao aumento de retorno econômico e à redução do impacto ao meio ambiente. O intuito de criar uma Rede de tecnologia é fomentar, auxiliar e supervisionar atividades para tornar a agricultura de precisão cada vez mais acessível para todos agricultores.
A Rede ficará responsável por reunir as principais instituições de pesquisa, empresas e órgãos governamentais envolvidos com a agricultura de precisão no intuito de levantar as demandas dos elos da cadeia, propor e monitorar ações e pesquisas em agricultura de precisão, silvicultura de precisão, agricultura 4.0, agricultura digital, automação agrícola e Internet das Coisas”, explica o coordenador. A partir disso, será possível propor e monitorar atividades para desenvolver ou aperfeiçoar equipamentos, práticas e máquinas voltadas para a agricultura de precisão. “Por meio dessa Rede será possível capacitar e disseminar o conhecimento desenvolvido, em parceria com instituições de ensino e órgãos com contato direto com produtores rurais”, projeta.
A estimativa do coordenador é de que são necessários cerca de R$14 milhões de investimento nos próximos oito anos para permitir a operação das tecnologias da agricultura de precisão em todas as condições, extensão e alcance das atividades previstas no Plano de Ação.
Indústria 4.0 – No setor industrial, a proposição de uma Rede, que envolve conceitos da Economia Circular e tecnologias da indústria 4.0, objetiva a adoção de ações de pesquisa, desenvolvimento, inovação, capacitação e infraestrutura que promoverão ganhos de competividade e ampliação do acesso a tecnologias inovadoras. As principais tecnologias associadas à viabilização de um sistema de produção característico 4.0 envolvem manufatura aditiva ou impressão 3D; inteligência artificial; Internet das coisas; e sistemas cyber-físicos.
O Plano de Ação tem como escopo integrar técnicas e tecnologias da indústria 4.0 na economia circular, de forma a gerar maior competitividade, criação de novas atividades e profissões no parque industrial brasileiro. “O conjunto de ferramentas da indústria 4.0 pode ser aplicado na viabilização da economia circular e melhoramento da gestão de materiais e resíduos nos ciclos de produção industrial”, pontua o Coordenador.
Além de promover o aumento da produtividade do trabalho, a proposta é reduzir o consumo de energia e a produção de resíduos industriais. A adoção das ações previstas no Plano, ao custo R$15 milhões, permitirá uma redução de 12 MtCO2 nas emissões até 2030.
Ações concretas – O ciclo de webinários é organizado pelo projeto “Avaliação das Necessidades Tecnológicas para Implementação de Planos de Ação Climática no Brasil (TNA_BRAZIL)”, coordenado pelo MCTI e que conta com financiamento do Green Climate Fund (GCF). O GCF é um mecanismo financeiro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) que se destina a canalizar financiamento climático para os países em desenvolvimento para apoiar atividades que permitam atingir os objetivos do Acordo de Paris.
Próximos eventos – Os webinários são realizados sempre às quartas-feiras, com início às 14h, e terão a participação de representantes do governo, setor privado, agências nacionais de financiamento, institutos e centros de pesquisa e associações setoriais. Conheça os temas dos próximos eventos:
25 de novembro – Apoiando a iniciativa Regenera Brasil: recuperação de ecossistemas com o desenvolvimento de ações em silvicultura com plantios mistos e melhoramento genético de espécies nativas
02 de dezembro – Inovações para a construção civil e geração de energia elétrica limpa: materiais inovadores para cimento e aproveitamento solar fotovoltaico flutuante
09 de dezembro – Desenvolvimento de base tecnológica nos setores da agropecuária e florestas: melhoramento genético na pecuária bovina de corte e monitoramento por satélite
16 de dezembro – Tecnologias geradoras de emprego e renda no meio rural: aproveitamento energético de resíduos agrícolas e fogões solares
Fonte e imagens: MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
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