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Inovar para prosperar: Como a indústria brasileira pode se manter relevante no cenário global

O Brasil vem passando por um processo gradual de perda de protagonismo da indústria. A manufatura teve sua menor participação no PIB desde o começo da série histórica, em 1947, perfazendo, no final de 2022, 11,5% do PIB. No auge, nos anos 1980, a participação foi de 36%, com constantes quedas depois disso. O Brasil também aparece abaixo da média mundial em 1,28 p.p.


Rodrigo Portes

A pandemia não foi causa, portanto. Ela apenas radicalizou um cenário que já estava instaurado. O resultados só não foram piores pelo ambiente propício à exportação e aos novos padrões de consumo nacional em certos segmentos da indústria.


Embora não seja exclusivo do Brasil – a indústria dos EUA passa por processo semelhante ao brasileiro –, é impossível não atribuir esse cenário a problemas estruturais da manufatura nacional, como baixa produtividade e pouca competitividade etc.


A percepção do segmento, de acordo com os dados ABDI, é de que a indústria brasileira está atrasada em relação à mundial. E sem investimento em tecnologia e inovação, para intensificar capital e qualificação da mão de obra, ficará cada vez mais difícil alcançar quem já está correndo na frente, ativamente plantando e colhendo frutos da indústria 4.0.


Como está o mercado: o processo de inovação dentro da indústria brasileira


As organizações brasileiras ainda têm um longo caminho a percorrer nessa questão. De acordo com o IGI (Índice Global de Inovação), o Brasil ocupa a posição de número 54 no ranking mundial que engloba um total de 132 países e tem a Suíça como líder.


São levados em conta fatores como infraestrutura, capital humano, instituições, sofisticação empresarial e do mercado, produtos de conhecimento e tecnologia, e produtos inovadores. A pesquisa dá uma dimensão de como as empresas nacionais podem melhorar.


As empresas precisam ter um processo de inovação estabelecido a fim de fomentar a competitividade, otimizar recursos e trazer melhores resultados no dia a dia.

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As indústrias brasileiras já notaram a importância de inovar durante os processos. De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), 8 em cada 10 empresas do segmento realizaram investimentos por melhorias ao longo do último ano.


A maior parte dela, 74%, utilizou recursos próprios como principal fonte de financiamento. Entretanto, algumas também apostaram em outras formas de crédito ao recorrer a um financiamento industrial por meio de bancos estatais ou privados.


Os principais investimentos, segundo a CNI, se deram em:

  • Maquinário ou equipamentos: 75%;

  • Processos de manutenção: 68%;

  • Construção ou modernização do ambiente: 67%;

  • Capacitação profissional: 34%;

  • Pesquisa e desenvolvimento: 30%;

  • Gestão do negócio: 24%.


Estados do Sul e Sudeste se destacam quanto à necessidade de inovar. A conclusão faz parte de um estudo do Observatório da Indústria da Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) com apoio da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).


O cenário das indústrias brasileiras em relação a inovar ressalta que a prática tem ganhado espaço nos últimos anos. Entretanto, ainda há um longo caminho a percorrer entre as empresas, que perceberam a importância de ter uma boa gestão da inovação no dia a dia.


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Por que a inovação na indústria ainda é desafiadora?


1. Dificuldade de acessar recursos


A inovação não é uma prioridade nacional em termos de política pública. A falta de interesse sistemático do setor público se reflete no setor privado.


Se comparado aos países mais bem colocados no Índice Global da Inovação mostrado acima, o Brasil investe pouco. Aqueles dedicaram em média 3% do PIB em 2022 à inovação. A média dos países da OCDE é acima de 2% do PIB. Em 2018, o Brasil dedicava apenas 1,14% do PIB para a inovação. Em 2021, em um cenário de contingenciamento e cortes sucessivos em fundos como o FNDCT, a estimativa é de 0,5% PIB investido em inovação.


Isso mostra que falta um projeto nacional voltado para a inovação, que oriente, facilite a obtenção e a atração de recursos para o setor, mas também a criação de toda a infraestrutura para a inovação, ou seja, educação, pesquisa e laboratórios.


2. Cenário externo instável


Inovar é difícil mesmo quando o cenário é otimista, imagina com uma crise. Os impactos da pandemia geraram um cenário externo instável, em que a instabilidade nas cadeias de suprimentos se tornou a regra. Os efeitos imediatos são os cortes de investimentos de alto risco em geral, como a inovação.


Há um porém: não se inova só quando tudo vai bem. Como a pesquisa da CNI mostra, a indústria brasileira inovou forçada pela pandemia e colheu os resultados disso. Inovar, mesmo em momentos de crise, talvez tenha sido a última alternativa para muitas.


Conciliar o caos externo com uma gestão consistente da inovação será fundamental para a recuperação e para a preparação para o crescimento.


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3. Dificuldade de contratar profissionais


Setores não essencialmente tecnológicos, por suas próprias características, têm mais dificuldades de contratar profissionais de tecnologia. A indústria tem o adicional de estar geralmente localizada fora dos grandes centros, o que afeta a qualidade da própria infraestrutura tecnológica, como conexão.


A atração de profissionais aos pólos industriais é facilmente solucionada por meio da terceirização de profissionais. A prática é amplamente usada no segmento, seja para suprir perfis específicos ou para criar equipes inteiras. Segundo dados da ABDI, 58% dos participantes de seu levantamento consideram o ecossistema de empresas de TI preparado para entender e atender as indústrias do país.


4. Falta de orçamento


Com a falta de um setor, equipe e orçamento dedicado à inovação na indústria, o investimento é comprometido. É o que também mostram os dados da ABDI. De acordo com a pesquisa, 70% dos participantes afirmam que o budget para projetos é baixo, enquanto 40% sequer têm verba definida para a TI.


A mesma pesquisa mostra, por outro lado, a tendência ao aumento dos valores destinados a esse fim. 60% das empresas industriais participantes afirmam que vão aumentar o orçamento, que crescerá em média até 35%.


Conclusão


A importância da inovação na indústria brasileira não pode ser subestimada. Ao adotar uma mentalidade inovadora e investir em novas tecnologias, as empresas podem aumentar sua competitividade, impulsionar a produtividade e fortalecer sua posição no mercado global. Além disso, a inovação desempenha um papel crucial na superação dos desafios estruturais, permitindo que a indústria brasileira se torne mais eficiente, sustentável e resiliente.


As empresas que abraçam a inovação estão determinadas a continuar avançando. Além de priorizar a segurança da informação e a automação, elas estão buscando gerar valor para seus clientes por meio de melhorias no atendimento, nos processos e nas operações. Essa abordagem abrangente permite que as organizações se destaquem no mercado, atendendo às necessidades em constante evolução dos clientes e adaptando-se às demandas do setor.


Rodrigo Portes

Por: Rodrigo Portes

Diretor de Vendas | Diretor Comercial | Gerente Nacional de Vendas | Gerente de Vendas Sênior | Mentor | Palestrante | Autor | Transformação Digital | Indústria 4.0

Fonte: Linkedin Rodrigo Portes - BR4.0



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