Tecnologia desenvolvida pela startup Bioprocess Improvement pode ser aplicada em usinas de cana-de-açúcar
Texto: Carolina Octaviano
A partir da experiência prévia no setor sucroenergético, os sócios fundadores da Bioprocess Improvement, desenvolveram uma tecnologia voltada para otimizar a produtividade na indústria. Atualmente pré-incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), a empresa atua no segmento de Biotecnologia e Engenharia de Processos e desenvolveu uma Plataforma de Prototipagem Virtual capaz de otimizar e personalizar processos e equipamentos industriais.
“A nossa empresa oferece uma plataforma de simulação completa e mão de obra especializada que garante o sucesso no desenvolvimento de novos processos, análises e resolução de gargalos tecnológicos da indústria”, aponta Marcelo Ventura Rubio, um dos fundadores. Tal plataforma permite a redução de tempo e de investimentos financeiros no desenvolvimento de novos produtos, processos e investimentos. “Isso gera uma mudança no conceito de elaboração de protótipos que, geralmente, é realizado por tentativa e erro, o que acarreta em baixa eficiência e alto custo”, comenta Rubio.
Segundo os fundadores, a ideia de criar a startup surgiu, principalmente, para trazer ganhos na produção, num setor que tem sentido os impactos da crise econômica. Um dos principais problemas apontados está, justamente, relacionado à diminuição de matéria-prima, fato que pode ser revertido com o uso de tecnologias focadas no aumento da produtividade, como é o caso da plataforma desenvolvida pela Bioprocess Improvement, com o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Mesmo que o cenário nacional demonstre perdas na produção na próxima safra, o empreendedor é otimista com relação à recuperação do setor sucroenergético no país. Vale ressaltar que, no ranking mundial, o Brasil é o maior produtor de cana, seguido pela China e Índia. “O Brasil ainda conta com um grande número de biorrefinarias que podem ser nossos futuros clientes. Além disso, a sinergia entre a busca de biorrenováveis e incentivos de políticas públicas, como o programa Renovabio, tendem a melhorar o panorama do mercado sucroenergético nos próximos anos”, defende.
Inauguração do prédio LIB evidencia expertise da Unicamp
Como exemplo destes esforços e do potencial brasileiro na área sucroenergética, a Unicamp inaugurou, recentemente, o Laboratório de Inovação em Biocombustíveis (LIB). O prédio, que integra o Parque Científico e Tecnológico da Universidade e está com edital aberto para empresas interessadas em parcerias, surge como um espaço promissor de relacionamento entre Unicamp e empresas, por meio de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento.
Ou seja, se, de um lado, há o esforço de startups em criarem novos produtos e serviços voltados para a produção de açúcar e etanol, do outro, há um empenho da Universidade em fornecer a expertise e o ambiente adequados para que novas pesquisas sejam desenvolvidas. “A Unicamp é pioneira nas pesquisas sobre biocombustíveis, com faculdades e institutos que atuam nessa área de pesquisa, e ter um espaço dedicado a isso pode fomentar mais pesquisas junto às empresas e os nossos grupos de pesquisa, o que será muito importante para o desenvolvimento dessa área no país”, corrobora o Professor Marcelo Knobel, reitor da Unicamp.
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