Processo de globalização terá cara nova
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Processo de globalização terá cara nova

O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, diz que esse processo não será interrompido com pandemia, mas sim alterado, e o Brasil precisa se preparar

O Brasil precisa se preparar e aprofundar sua inserção a fim de conquistar mais desenvolvimento

O novo desenho do comércio internacional passa pela adaptação do processo de globalização, que não vai se perder mesmo com pressões para maior protecionismo geradas pela pandemia, e o Brasil precisa se preparar e aprofundar sua inserção a fim de conquistar mais desenvolvimento.


Esse foi um dos grandes temas do evento “Diálogo Empresarial: novos desafios e oportunidades no comércio internacional”, realizado nesta terça-feira (04), que contou com a presença do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo; do presidente do Conselho Superior da Câmara de Comércio Internacional no Brasil (ICC Brasil), Daniel Feffer; e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.


“A globalização não tem volta, mas ela pode ter uma cara nova “, afirmou Azevêdo.

Segundo ele, essas adaptações devem passar por um processo que chamou de “just in case”, ou seja, estar preparado para eventuais mudanças drásticas, eventos não controlados e que podem mudar as cadeias globais de valor. Assim, trabalhar para minimizar riscos de abastecimento tende a ganhar espaço dentro das empresas e com reflexos no comércio internacional.


O debate sobre a necessidade de autossuficiência das economias, que ganhou corpo com a pandemia, também teve espaço no debate e, na visão do diretor-geral da OMC, trata-se de uma preocupação válida neste momento. Mas não é sustentável a longo prazo pelos elevados custos e riscos. “Concentração da produção expõe o país a todos os riscos, concentrados em seu território”.


Cooperação é fundamental para superar crises globais


Dentro deste conceito, Feffer, da ICC Brasil, disse que a cooperação é fundamental para superar crises globais. “O comércio internacional é um fator-chave que gera maior prosperidade econômica e social aos países, maior competitividade para suas economias e mais empregos para seus cidadãos.”


Azevêdo também foi questionado sobre a importância do meio ambiente no desenvolvimento do comércio internacional. Para ele, essa é uma questão que veio “para ficar”, mas ressaltou que é preciso evitar que se torne motivo para se criar formas de protecionismos.


O presidente da CNI acrescentou que, com a crise atual gerada pela pandemia, os países tendem a ficar mais fechados e a proteger mais as suas empresas e empregos, o que traz a necessidade de um olhar mais atento para esse cenário.


"Isso tem impactado tanto as economias internas como o comércio internacional. O Brasil, como grande produtor de commodities, tem apresentado resultados nessa área", afirmou Robson Braga de Andrade.


Pequenas e médias empresas são agentes de recuperação econômica


Neste contexto, todos presentes no debate ressaltaram a importância das pequenas e médias empresas no Brasil como importantes agentes de recuperação econômica e a necessidade de ganharem mais espaço no comércio internacional. Para o diretor-geral da OMC, no entanto, é fundamental que elas sejam capacitadas para essa realidade, sobretudo no comércio on-line, e que haja menor burocracia.


Azevêdo também afirmou que a disputa "China x Estados Unidos" é um eixo geopolítico e econômico que continuará ditando a política internacional a longo prazo, e que não haverá uma reforma ampla e rápida na OMC, como é de desejo de alguns países.


Ele está deixando a liderança da OMC em breve, depois de ficar por sete anos como diretor-geral, e fez uma avaliação do principal aprendizado que teve neste período: “ter absoluta consciência de que cooperação internacional não funciona se você não estiver disposto a entender a diversidade”.



Por: Cristiane Bonfanti

Com informações do ICC

Fonte e créditos de imagem: Agência CNI de Notícias

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